quarta-feira, 8 de novembro de 2017

#ClaireIsSpeaking A mentira que agrada


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     Desculpe em informar, mas é verdade o que acabou de ler. Chega dessa conversa corriqueira de que todos queremos ouvir “as verdades” que elas doem, mas fazem bem, que são melhores que viver na mentira. Não… A verdade dói, é verdade, mas não significa que todos queiramos enfrentá-la, nem todos temos coragem para isso.
        Mentimos para nós mesmos, maioritariamente e principalmente, quando respondemos “Vou bem.” à pergunta educada daquele professor que encontramos num corredor e acabamos por a entranhar e degustá-la. Vivemos essa mentira e quando a queremos desfazer, pensamos “O quê? Não! Então, eu disse que me sentia bem há três horas.”
      Mentimos para satisfação dos outros. Mentimos porque não os queremos desiludir, magoar ou chatear com isso, e, geralmente, mentimos sobre coisas pequenas, já repararam? “Fica-me bem este vestido?” e acenamos um sim com a cabeça acompanhado do sorriso mais falso e feio que temos na gaveta. Porque temos a decência de mentir nessas coisas? Será porque sabemos que se trata de gostos, de coisas que os outros não descobrirão tão facilmente? Mas se for de coisas importantes ou com grande gravidade, obrigamo-nos a dizer a verdade, seja de que maneira.
         Mentimos porque vivemos presos numa vida que detestamos, porque gostaríamos de escrever a nossa história usando-nos como personagens.
         Mentimos porque nos agrada essa mentira e adaptamo-la ou adaptamo-nos a ela, de modo a parecer o mais correta possível.
        No fim de tudo, podemos concluir que talvez seja a mentira a maneira mais rápida para fugirmos à nossa própria realidade, acabando por nos impor dispostos a novos problemas.

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